segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Red Não era o Mesmo

Enfiado em seu quarto bem após uma visita à Lavender Town. Isso não era normal, e mesmo assim a mãe do Red não sabia o que tinha dado nele. Poderia ter sido apenas veneno ou uma paralisia temporária, mas quando ela foi vê-lo, ele estava saudável e tranquilo como foi normalmente, mas o ar parecia pesado.

Era muito difícil de respirar. Um dia, ela subiu ao quarto do Red e abriu as janelas, e um cheiro medonho foi de encontro ao seu nariz. Um cheiro apodrecido, carne queimada, e com um sabor quente e úmido, como se viesse do solo. Ela tossiu fortemente e fechou a janela, e o cheiro desapareceu. Red entrou de repente e gritou, num tom aborrecido.

"Mãe! Não entre no meu quarto!".

"Red, hm, o que... O que é esse cheiro? Você não pode viver nessa condição, não é?"

"É só... É só... Gh-" Quando Red começou a falar, uma das pokebolas do seu cinto começou a chocalhar. Ele empurrou sua mãe para fora do quarto, "Saia! Agora!"

SLAM!

A mãe do Red ficou abalada. Este não era o seu pequeno e doce garotinho, não mais, ela pensou. Ela tinha que ajudar de alguma forma. Quando levantou sua mão para bater na porta, ainda trêmula, ouviu Red conversando.

"Isto não foi o que combinamos, n-não tem um número suficiente de almas já amaldiçoadas? Você pode matar qualquer um que você acha que está no nosso caminho, mas você não pode matá-la! Você não poder ter a minha mãe!"

Ela estremeceu. Queria fugir, mas não poderia deixá-lo. Deixá-lo com aquela... coisa que ele estava falando. Ela ficou parada na porta, enquanto a conversa do outro lado se transformava em uma discussão. A porta fez um barulho, como se algo tivesse sido jogada contra ela, o que a deixou ainda mais preocupada. Ouviu e sentiu coisas que pareciam fragmentar e rasgar. Parecia, até que as coisas se calaram. A mãe de Red engoliu em seco, e bateu na porta, deixando que ela se abrisse devagar.

Tudo estava normal. Nada foi jogado ou rasgado. Estava tudo no lugar de costume, mas Red havia ido embora. E a janela estava aberta. O silêncio no quarto era estranho, parecia que ninguém vivia lá, para começar. Ela sentiu o coração crescer, pesado, e gritou.

"Purgatório..."

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Não olhe

Esta sempre foi uma cidade tranquila. Mais tarde, ela foi se tornando ainda mais silenciosa. Atualmente, as pessoas relutam em deixar suas casas.

Começou bastante inofensiva. Na verdade, quando isso começou, ninguém iria perceber a algum tempo. As pessoas começaram a sofrer dores de cabeça cada vez mais graves. As crianças foram as mais afetadas. Meu esposo era uma das pessoas afetadas, mas eu não percebi nenhum efeito prejudicial, e não consegui fazer a conexão durante muito tempo. Eu diria que era mais ou menos uma semana após estas dores começarem. Primeiro alguém notou que havia algo errado. O primeiro corpo encontrado era de um jovem garoto, eu não poderia dizer com certeza, mas acho que ele tinha apenas 12 anos, no máximo. Parecia ter sido suicídio. Este foi apenas o começo.

Daquele dia em diante, as pessoas começaram a cair como moscas. A maioria caiu em algum tipo de coma; alguns foram suicídios, como no primeiro caso, enquanto uma pequena parte parecia ter morrido completamente, sem causa discernível. O que foi mais desconcentrante ainda era que havia pouca razão para as pessoas afetadas. Não havia nada em comum ligando-as. Embora preocupado, é claro, eu tinha meu próprio trabalho a fazer, e pensei que poderia deixar este assunto para aqueles que eram capacitados para lidar com ele. Quando voltei para casa, três dias a partir da primeira morte, no entanto, mudei de ideia.

Eu ouso dizer que quem está lendo isso pode adivinhar o que me aguardava. Agradeço a sua compreensão e eu que não quero demorar muito sobre este detalhe. Basta dizer que meu esposo não estava esperando meu retorno para me cumprimentar na nossa forma habitual, não estaria novamente. Agora eu tenho um interesse pessoal nesses eventos, e compreendi muito bem a terrível realidade da situação. Com isso, como eu poderia sentar e esperar que alguém fosse resolver a situação? Não, eu tinha que fazer tudo o que eu podia.

As pessoas, de forma compreensiva, estavam bastante relutantes em divulgar as informações para mim. Não posso culpá-los por isso. Lentamente, comecei a reunir eventos dos últimos dois meses. O primeiro indício de que havia algo errado estava, como percebi, nas dores de cabeça. Elas ainda persistiam e, normalmente, quando estavam piores, alguém sofria de alguma forma logo depois. No entanto, daqueles que sofrem de dores de cabeça, alguns estavam morrendo e outros caindo em coma, dois grupos diferentes. Às vezes se sobrepõem, mas estava claro que um dos destinos seria escolhido. Então, ao invés de serem a causa, só posso imaginar que essas dores de cabeça seriam um sinal da presença do que está fazendo isto.

A segunda coisa que despertou meu interesse foi o estado das vítimas. Em quase todos os casos, independente do resultado final, as vítimas apresentavam sinais de ferimentos auto-infligidos. Mesmo os pacientes que sobreviveram, embora mantenham-se, ainda, inconscientes, mostram sinais disto. A última informação que eu consegui reunir, e o detalhe que, de longe, foi o mais difícil de convencer as pessoas a falar, foi o seguinte.

Apenas 10 horas antes da primeira morte, um comportamento irregular foi observado em uma variedade de aparelhos eletrônicos. Em minha opinião, é que entre eles, através do rádio e de outros dispositivos de áudio, um barulho pesado e ilegível de estatística foi experimentado (dores de cabeça parecem mais graves quando se ouve isso), e não que tenham sido causadas por uma figura sombria que foi vista cruzando monitores de TV, contra um plano de fundo estático. Deste último, só tenho sido capaz de reunir mais relatos. Há apenas dois meses atrás, eu teria rejeitado tal conto de fantasia, mas com a atmosfera da cidade como ela é, com todos aqueles que sofreram, eu acho a ideia de que há alguma ligação com esses acontecimentos bastante plausível.

Só agora, que venho a escrever isto, percebo que nas semanas que se passaram, muitas das pessoas com quem falei deixaram suas tevês e rádios desligados, desconectados, ou parecem não possuir nenhum.

"Eu vi isso! A sombra que falou!"

Eu estava no hospital, tentando descobrir se eles haviam observado qualquer alteração nas vítimas em estado comatoso. Eu devo confessar, sem êxito, que as tentativas de interrogatório foram interrompidas de repente por uma explosão desagradável de estática. As enfermeiras fugiram imediatamente, mas eu, pelo contrário, procurei a origem do ruído.

A tela que normalmente exibem os sinais vitais do paciente foi a culpada, e agora havia apenas um chuvisco sobre a tela. Diante meu melhor julgamento, eu não virei meus olhos, e assim, continuei a olhar para o que eu via: a figura de uma sombra indistinta passava de um lado para o outro da tela. Uma vez que tinha se passado, o ruído diminuiu, e a exibição original lentamente estava se recuperando.

É isso, a causa desses eventos, eu tenho certeza disto. E agora, eu o vi. Meu destino é, talvez, a mesma coisa?

Você pode estar familiarizado com a forma; se você olhar em cima de uma luz brilhante, uma imagem da sua forma permanece uma vez que você fechar os olhos. Essa figura sombria, desta forma, permanece comigo agora, enquanto escrevo isso. Ele não se desvaneceu. Pior, ela não permanece imóvel. Desde que a vi pela primeira vez, a figura tem imitado os primeiros passos da figura que vi no monitor. Mas agora, eu sei, ela tem consciência de mim, e se transformava lentamente em minha direção.

Se eu pudesse manter meus olhos abertos, talvez eu estivesse a salvo, mas todos precisam piscar. Meus olhos só podem fechar por uma fração de segundos; muito rápido para que eu possa ver o progresso que a figura fez, mas eu sei que este progresso não pode ser parado. Talvez, se eu levasse o olhar por mais tempo, a figura não poderia, por hora, desaparecer. Talvez, se tivesse coragem, eu poderia ser capaz de oferecer discernimento sobre a identidade do assassino. Mas eu não me atrevo. Eu não sei o quanto próximo ele está de mim.

Eu não sei quanto tempo me resta, mas devo dizer tudo o que posso, na esperança que alguém possa ter sucesso onde todos falharam.

Você pode ter percebido isso agora, você que está lendo isto, mas as lesões sofridas pelas vítimas anteriores... Em quase todos os casos, as lesões foram para os olhos. Alguns morreram na tentativa, e aqueles que agora estão em coma são os únicos que conseguiram destruir suas visões. Muitos dos que morreram também manifestaram sinais ao tentar, mas imagino que eles não foram rápidos o suficiente.

Eu... Não tenho vontade de fazer isto, só posso esperar que o que eu escreva aqui, de alguma forma, ajude a acabar com isto.

Não olhe para QUALQUER forma de tela.

Não importa o que aconteça.

NÃO olhe.

Está próximo!

É ele!

sábado, 10 de dezembro de 2011

Top 10 - As criaturas bizarras do folclore japonês

10 – O Kappa


A primeira vista não existe nada de tão assustador e bizarro sobre o Kappa. É um pequeno duende, frequentemente referido como macaco de água.

O Kappa tem um pires na cabeça que está cheio de água a partir da primavera de natal. Se a água sai de sua cabeça, ele perde seus poderes mágicos. Kappas geralmente bebem sangue e podem ser bons ou maus. Eles também gostam de comer pepinos e uma família japonesa que deseja evitar a ira de um Kappa ou ficar a favor deles, devem escrever seus nomes em um pepino e jogar no lago dos Kappa. As criaturas são conhecidas por serem educados e sempre prometer coisas. A coisa mais estranha sobre os contos dos Kappas é que existem diferentes nomes para eles: Kappa peludo, Kappa covarde, Kappa alpinista, Kappa animal, Kapa olho, kapa gato (não, não, os veterinários não)…

Quer fazer um Kappa perder seus poderes?

Desafie-o pra uma luta de sumo e faça antes da luta uma referência, ele ira fazer o mesmo, aí a água do seu pratinho vai cair no chão e já era o Kappa! XD

9 – Heikegani


O mais legal sobre esses carangueijos é que eles realmente existem, aí tu perguntas: por que diabos você tá falando dele então?

É que existe um costume no japão: não comer carangueijos com rosto que lembre um Samurai, os japoneses atribuíram o rosto do caranguejo com a face do samurai Heike, que morreu na batalha de Dan-no-ura.

Foi proposto no passado que os carangueijos que tivessem um “rosto” que lembra-se um Samurai fossem preservados, por isso esse bicho nem é muito consumido no Japão.

8 – Nuppeppo


Um Nuppeppo é um espírito que aparece nos templos em ruinas ou em cemitério durante o entardecer. Aparentemente ele é um monte de carne podre ambulante.

Infelizmente não tenho muitas informações sobre essa criatura!

7 – Kasa-Okabe


O Kasa-Okabe é um Tsukumogami, um objeto que ganha vida depois que completa 100 anos (será que isso aconteceria com uma Casa? MEDAA! O_O)

Dizem que de tanto os guarda sois e guarda-chuvas ganharem vida eles resolvem reclassificar os bichinhos! XD

Essa história é uma das menos bizarras, vocês vão ver quando chegar o primeiro lugar!

6 – Makura Gaeshi


Espiritos embusteiros que mexem no nosso travesseiro enquanto a gente dorme, ou seja, são criaturas bem irritantes, se você não dorme feito uma pedra nem queira conviver com esse bicho aí.

Dizem que eles jogam areia nos olhos e roubam almas também!

5 – Konak Jiji


O Konak Jiji é simplesmente uma criatura mal-intencionada. Ele toma a forma de uma criança e esconde-se em áreas montanhosas remotas, à espera de um viajante que passa inocentemente. Quando uma vítima se aproxima, o Konak Jiji começa a chorar. É da natureza humana querer que um bebê pare de chorar e, por instinto, os viajantes pegam o bebê no colo para confortá-lo. Uma vez que ele está no colo ele cresce e fica insuportavelmente pesado. Algumas fontes dizem que eles podem crescer até e pensarem mais de 350 quilos, peso o suficiente para causar sérios danos a quem os segura. De acordo com a crença não é possível jogá-los no chão, porque as pessoas ficam paralisadas. Porém, se alguém conseguir sobreviver ao efeito esmagador, a pessoa ganhará poderes mágicos.

4 – Mokumokuren


O mokumokuren é outro exemplo de criatura bem estranha. No Japão antigo, paredes deslizantes feitas de papel eram bastante comum na grande maioria dos lares japoneses. O papel, no entanto, pode conter buracos ou ter partes rasgadas. O Mokumokuren é um espírito que habita o papel de parede deslizante. Se o proprietário do muro é muito descuidado, o muro poderá conter buracos e quando mais buracos conter o papel, mas chance existe de pessoas observarem você nos buracos da parede. E a tradição dizem que estes espíritos observam você. A única maneira de se livrar deles é ser bastante cuidadoso e não deixar buracos na parede de papel.

Coisa de loko! XD

3 – Akaname


Akaname pode ser traduzido literalmente como: “lambedor de sujeira”

Ele limpa toda a sujeira do seu banheiro com sua lingua aspera e de saliva venenosa Acredita-se que o monstro pode ter se originado como uma forma que os pais encontraram para motivar os seus filhos a manterem o banheiro sempre limpinho.

2 – Itta Momen


O Ittan Momen parece bastante inofensivo, afinal, é apenas uma tira de pano branco. Ele tem o hábito de voar ao redor das pessoas à noite, o que é um pouco estranho, mas, não tão assustador assim. Não é assustador mas pode lhe fazer mal, envolver sua cabeça e esmagar seu crânio ou sufocar até que você morra. Não é totalmente ruim, apesar de que o Ittan Momen gosta de ser usado por pessoas que ganharem suas confianças, mas, como ganhar a confiança destes panos gigantes voadores é algo que permanece totalmente no mistério.

E agora o primeiro lugar:

TAN TAN TAN TAN!!!

1 – Shirime

[bizarro demais para postar imagem :3 ~ by: Lil]

A descrição disso aí é: uma pessoa aparatemente normal com um olho na porta dos fundos (pra não dizer outra coisa XD)

Não existe nenhuma informação quase sobre suas aparições.

Na verdade, só existe uma história registrada sobre o Shirime, mas, a idéia deste ser foi bastante assimilada pelo artista e poeta Yosa Buson que incluiu várias criaturas sobrenaturais nos quadros que pintou. A história do Shirime simplesmente afirma que um samurai solitário estava andando por uma estrada à noite, quando alguém o chamou. Ele se virou para ver um homem misterioso se despir e apontando para o seu traseiro. Do nada, um grande olho brilhante começou a se abrir a partir da área indicada. O samurai ficou tão horrorizado que ele saiu correndo gritando, e o Shirime nunca mais foi visto.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

OKIKU, A BONECA VIVA JAPONESA

Kikuko tinha três aninhos de idade, quando adoeceu gravemente.Era agosto de 1932. Seu irmão visitava a cidade de Sapporo, Hokkaido (Ilha ao norte do Japão) quando viu uma boneca e comprou-a para Kikuko.A pequenina adorou a boneca e não mais separou-se dela, nem por um momento.Porém a doença agravou-se e em janeiro de 1933, Kikuko faleceu.

É costume no dia da cremação do corpo, colocar os objetos que a pessoa mais gostava dentro do caixão para ser cremado junto com o corpo.Na ocasião porém, a familia no auge da dor da separação, esqueceu-se de colocar a boneca junto a menina.

Após a cremação, a boneca que recebeu o nome de OKIKU, foi colocada no oratório, ao ladodas cinzas da criança, onde a família fazia as orações.Com o passar do tempo começaram a perceber que o cabelo da boneca parecia crescer.

Na década de 40 veio a guerra e a família teve de fugir para o interior, deixando a boneca com os sacerdotes do templo MANNENJI, que a guardaram juntamente com as cinzas de Kikuko.Com o fim da guerra, a família voltou para a cidade, procuraram pelos seus pertences no templo, onde perceberam com espanto que os cabelos da boneca não pararam de crescer!

A pedido do irmão da menina, a boneca continuou no templo.A imprensa, mostrou o fenômeno, o que chamou a atenção de pesquisadores, para que fosse dada uma explicação científica para o caso, o que não aconteceu até hoje.

O templo que fica em Hokkaido é visitado por turistas e curiosos que querem ver a fantástica transformação da boneca.Há controvérsias, mas dizem que as transformações são visíveis:

O cabelo antes nos ombros, agora chega à cintura.Os lábios antes cerrados, estão entreabertos e úmidos,e seus olhos parecem olhar para as pessoas com expressões de quem tem vida.

Os japoneses levam muito a sério a vida após a morte e para eles que reverenciam deuses e objetos, tudo é dotado de espírito e precisa ser queimado quando não é mais usado, em sinal de agradecimento e para que descansem em paz após serviços prestados.

Imagem da boneca:

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Revenge

Com o lançamento de HeartGold e SoulSilver no começo deste ano, tentei procurar uma cópia do jogo original, Crystal, para comprar online. Eu não tinha jogado este jogo há, pelo menos, sete anos. Ele estranhamente desapareceu quando me mudei, quando criança. Eu vi um cartucho no eBay. Não tinha muita informação, muito menos uma imagem, mas não tinha postagem e o pacote dele custava apenas um dólar, então eu não tinha nada a perder se aquilo realmente não existisse.

Quando o jogo chegou, não estava em sua caixa original. Em vez disso, o cartucho estava apenas embrulhado. Parecia um cartucho do Crystal, um pouco transparente e azul, mas faltava a vinheta em que o título do jogo é impresso. Todavia, eu fui colocá-lo no meu Game Boy Advance SP cor-de-rosa. É cor-de-rosa porque eu sou uma garota, é claro.

Troquei o cartucho com o portátil ligado. Houve um ruído alto, e então o jogo começou normalmente. Quando a tela do menu foi aberta, a única opção era New Game, já que o jogo nunca havia sido tocado. Ao menos o cartucho me pareceu nesta condição. Então, eu cliquei em New Game. Ao invés de começar com o discurso do Professor, ele pulou direto para algum lugar que não existe nesses jogos. Ou pelo menos, foi o que parecia.

Foi a Mansão Pokémon dos jogos originais. A Mansão Pokémon em Cinnabar Island. A mesma Cinnabar Island que já não existia.
Eu era um personagem feminino, como eu queria ser, mas nesse eu não tive escolha. Numa inspeção minusciosa, o cabelo dela parecia de uma cor diferente do que eu originalmente lembrava. Ele era roxo escuro, e ela também não possuia mais um chapéu.

Eu andei em torno do edifício, ele não me deixava subir as escadas. A única outra coisa ali era uma cama. Eu andei em direção a ela e um cientista veio. Ele me disse para descansar, então eu estava deitada na cama. De repente, a tela ficou escura. Ficou assim por um bom tempo. Depois da transição, no mais puro silêncio, houve ruídos de alta-frequência, que quase soavam como gritos. É difícil dizer, como se o som estivesse em 8bits. Quando minha personagem levantou, o local estava coberto por machas vermelhas; sangue. A personagem estava encharcada também. Tentei andar por ai, mas não conseguia. O cientista parecia ter desaparecido também.

Apertei todos os botões, tentando conseguir algo, e pressionando Select, minha personagem saiu da cama. Mas, ao mesmo tempo, ela permanecia na cama. E ao contrário de antes, em vez de andar, ela parecia flutuar.

Eu pressionei Start, e minha personagem no menu se transformou em um sprite Ghost Pokemon. Isso me chocou um pouco. Eu andei até a porta, e de repente eu fui transportada para Lavander Town. Lá, no meio da cidade, havia uma lápide. Eu cliquei nela com o botão "A". Ela mencionou "R.I.P. CRYSTAL". Eu abri meu menu e olhei meu Trainer Card. O sprite do treinador havia se tornado um Misdreavus, e como eu suspeitava, o nome da treinadora era "CRYSTAL".

O cientista chegou até a lápide, e de repente desapareceu. Ele parecia correr duas vezes mais rápido que um personagem normal.
Minha personagem, sem controle, flutuou atrás dele. Assim que ela entrou em um pedaço de grama, um encontro ao acaso apareceu. Só que esse encontro não era "aleatório". O Pokemon era Mewtwo. Em vez de atacar, algumas linhas foram escritas.

"Você deixou eles te pegam, não é, CRYSTAL?"

Havia as opções "Sim" e "Não". Como eu não tinha certeza do que estava acontecendo, cliquei em "Não".

"Não minta para mim! Eu posso ver o que eles fizeram! Olhe para si mesma." Depois disso, o jogo parou por alguns segundos, e em seguida, a "batalha" continuou. "Você é apenas um objeto da ciência, como eu. Eu não sou real, e nem você. Você foi feito apenas a partir do minúsculo pedaço de DNA de outra coisa, e como não foi perfeita, eles te mataram. Você gostaria de se vingar? "

Eu cliquei em "Não" novamente e fui enviada de volta para o campo, com Mewtwo me seguindo.

Andei até o cientista aparecer novamente e, de repente, a tela da minha bag veio com um único item, "Knife". Cliquei nele, e pressionei seu uso. O ruído gritante apareceu novamente, e a tela voltou a ficar preta.
O grito foi ficando mais e mais frequente. Quando ele parou, eu estava na torre de rádio. Uma mensagem de texto apareceu.

"Por que destruiu a nossa casa? Nós fomos feitos para estar aqui... Todos que destruíram nossa casa se foram. Todos no mundo se foram. Matamos todos eles. Nós nos vingamos como você. Agora, todo o mundo se foi."
Neste momento, a tela ficou branca, com a minha personagem ainda lá. "Tudo se foi. Você também nos matou. Você é a única que sobrou. Porque matamos pessoas? Porque você nos ajudou? Agora, você terá o que merece!"

A personagem foi substituída por uma mancha de sangue, e depois o jogo parou. Eu nunca peguei esse cartucho novamente.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Trapped



Eu estou preso.

Eu estou preso e sozinho nesse frio, nessa escuridão. Minha vida chegou ao fim metafórico, a escravidão é tudo que o futuro reserva para mim. Como não tenho nada para escrever aqui, só posso falar essas palavras e esperar que, em algum lugar, talvez em um universo ou realidade alternativa, minha voz possa ser ouvida, ou minha história relembrada.

Tentei o meu melhor para lutar contra eles, mas nada adiantou. Seus poderes eram grandes para minhas poucas habilidades. Eu dei tudo de mim, mas fui derrotado e reduzido para esta prisão. As pesadas correntes agora aprisionam minha alma, e eu só consigo imaginar a dor que esta escravidão fornece. Eu corri por um bom tempo, tentando me afastar dele; muitos de nós fizemos isto. Parece que o poder dos inimigos vem crescendo nos últimos anos. Perdemos. Parece que o nosso destino é sermos capturado por esses tiranos e forçados a lutar como cães contra nossa própria raça pelo resto da eternidade. Pra mim, isso é difícil de imaginar. O pensamento que tenho é que cedo ou tarde vou estar atacando meu povo contra a minha vontade... Se é que ainda posso chamá-los de "meu" povo.

É engraçado como esse processo funciona. Não me pergunte como, porque eu nem tenho certeza se eles sabem exatamente o que acontece. Cada vez que um de nós é capturado e preso, não importando o quanto nós lutemos com o inimigo, lentamente viramos monstros em cativeiro. Isso acontece sem engano. Você nunca poderá imaginar a dor que sentimos quando um de nossos amigos torna-se um escravo, mesmo lutando bravamente por muito tempo, e após tão pouco tempo em cativeiro, sucumbir ao inimigo cada exigência, e até mesmo tornar-se seu amigo. É uma espécie de lavagem cerebral. Inferno, é isso que acontecerá comigo em breve, não importa o quanto eu lute.

A única coisa que eu me lembro, a última imagem queimando no meu cérebro, é a visão da mamãe - as lágrimas escorrendo por seu rosto enquanto ela olhava a minha derrota da caverna em que vivíamos. Ela me disse para não provocá-lo, mas depois de ver a besta, não havia nada que pudesse me segurar. Estes foram os seres que levaram meus irmãos, depois de tudo! Não importa se eu tinha que lutar com muitos dos meus; eu estava determinado a acabar com ele. Oh, quão tolo eu fui. Se eu tivesse escutado a mamãe... Tenho certeza que ela vai sofrer o mesmo destino que eu na mão dessas criaturas miseráveis.

Mas...

Talvez as coisas não são tão ruins quanto parecem. Quero dizer, afinal, é fato que, sob supervisão e treinamento desses seres, nosso povo torna-se mais forte do que quando estamos livres. Além disso, eles parecem realmente cuidar de nós. Sim, eles nos alimentam, nos dão abrigo, e mesmo nos curam após as batalhas. Claro, as cicatrizes são de lutas com aqueles que eram meus amigos, mas talvez, em nome do meu Treinador, isto está tudo bem...

As coisas não são tão ruins quanto eu havia imaginado. Não, não. Agora estou vendo as coisas de forma diferente. Eu penso que, quando o meu Treinador decide me chamar para a batalha, vou fazer o meu melhor para ele.

Eu sei que vou, porque, afinal de contas, o propósito de um Pokemon é ajudar o Treinador a se tornar um Mestre, certo?

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Memórias de um demônio

Eu vou contar um segredo,um segredo profundo, no qual não vais acreditar, pois essa é a única defesa humana contra minha presença.

Eu nasci como espelho. Há séculos não recebia esse direito,e na ultima vez que aqui estivemos, eu e meus irmãos, quase nada restou da humanidade.

Hoje, estou aqui,e por onde passo, tudo deteriora, no prenúncio da espada pendente sobre a humanidade.

Tudo o que você pode ver em mim, é a você mesmo.

Toda fantasia construída em anos desmorona devido ao desconforto da visão da minha pessoa.

A feia verdade que carregas dentro de ti, escondida,é o que aparece refletida no meu rosto.

Raríssimos são os me olham de frente e de verdade. Esses, são puros.

Os outros, não me vêem, nem me verão, pois estão condenados.

Viverão na sua mesquinharia e falsidade, até o dia do seu juízo.

E ao serem lembrados de que nos viram na terra, dirão que foram possuídos, amaldiçoados,injustiçados, e porão a culpa da sua vergonha em nós.

Para isso existimos.

Para distinguir, dividir como espada a natureza humana, entre aqueles capazes de amar ao todo, e os incapazes de amar.

Meus irmãos estão aqui, nesse momento terreno.

Não nos foi concedido o encontro ainda, e se nosso enigma não for descoberto, logo estaremos juntos novamente.

Para nosso prazer, e a sua aniquilação.

Lenda da Bonequinha de Desejos

É muito comum aqui no Japão você encontrar bonecas orientais dentro de aquários. Elas são bonecas de desejos, a pessoa a compra e faz um desejo e assim que o desejo se realizar ela tem que jogar a boneca fora. Até aí tudo bem, o problema é que dizem que o cabelo da boneca cresce sozinho, ela pode mudar de posição dentro do aquário e várias outras coisas bem bizarras.

Lenda da menina risonha

Diz a lenda que para toda pessoa que tem medo de fantasmas essa menina aparece ... ela usa uma máscara com um enorme sorriso e assusta a pessoa. Existe uma maneira de fazer com que ela desapareça, é dizendo uma frase ... mas se eu disser perde a graça ...

Lenda das Moedas Japonesas

No Japão temos 6 tipos de moedas: 1 (It Yen), 5( Go Yen), 10(Ju Yen), 50(Goju Yen), 100(Hyaku Yen) e 500(Gohyaku Yen). Curiosidade, se juntarmos as moedas teremos 666

sábado, 3 de dezembro de 2011

Professora Rude

Por mais que os estudantes da escola estudassem, eles não conseguiam agradar a Professora, no dia da prova somente uma menina conseguiu acertar todas as questões. A Professora duvidando de sua inteligencia a culpou de "Colar", embora a menina negasse colar a professora muito rude lhe deu uma advertencia de 3 dias, sendo que quando voltasse iria fazer novamente outra prova (desta vez com a professora do lado). Passado os 3 dias, a menina voltou, sentou no mesmo lugar de sempre e começou a fazer a prova. Acabado a prova a menina se retirou e a professora começou a tentar achar erros na prova ... nada ... a menina acertou tudo. Havia uma observação no final da prova "EU NUNCA COLEI". A professora pegou o keitai (Celular), e ligou na casa dos pais da menina, para pedir desculpas (Se sentiu culpada, por ter sido tão rude). Quem atende é um parente da menina que lhe informa que a menina havia se suicidado a 3 dias.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Zashiki Warashi

Há muito tempo, havia uma grande hospedaria na pequena vila de Hachinohe (atual prefeitura de Aomori), localizada no norte do Japão. Naquela hospedaria, havia vários quartos e um, na parte dos fundos, especialmente bonito, junto ao jardim interno.

Certa ocasião, na hora do boi, um hóspede deitado, quase pegando no sono, viu a porta se abrir deslizando e um menino entrando no quarto. Aproximando-se do hóspede, a criança disse:

– Tio, vamos medir forças jogando braço-de-ferro?
O hóspede imaginou que o menino fosse filho do dono da hospedaria e havia vindo ao quarto para lhe dar as boas-vindas. Assim, brincaram algumas vezes jogando queda-de-braço. O incrível de tudo isso era que a criança tinha se mostrado muito forte, vencendo todas as partidas.
Na manhã seguinte, o homem comentou com o dono da hospedaria:
– Seu filho é muito forte, ontem à noite jogamos braço-de-ferro e eu não consegui ganhar nenhuma, por mais força que fizesse.
O hospedeiro olhou-o surpreso e disse:
– Mas, senhor, eu não tenho filho! De onde será que apareceu essa criança?!

Depois daquele dia, outros visitantes que também dormiram naquele quarto contaram que, à noite, uma criança aparecia pedindo para jogar braço-de-ferro. Interessante que nem o hospedeiro nem os empregados daquela casa haviam visto essa criança. Somente as pessoas que se hospedavam e dormiam naquele quarto podiam vê-la. Esse fato se espalhou pela redondeza, e todos passaram a comentar que naquela hospedaria morava um Zashiki Warashi.

(Zashiki em japonês significa quarto e Warashi, no dialeto da região de Aomori, significa “criança”, portanto Zashiki Warashi quer dizer “criança do quarto”. Muitas pessoas acreditam na existência dessas estranhas crianças que tanto podem ser do sexo masculino ou feminino, mas ninguém sabe definir se são fantasmas ou duendes. Existem muitos casos registrados no Japão e diversas situações em que as aparições desses seres se fizeram presentes. Nos dias atuais, existem várias casos ou lendas urbanas que falam da aparição desses seres nas grandes cidades).

A fama da hospedaria foi crescendo, e muitas pessoas que se julgavam fortes queriam pernoitar naquele quarto para jogar braço-de-ferro com o Zashiki Warashi. Outros que se julgavam corajosos queriam se hospedar simplesmente ver a criança. Assim, a hospedaria ficou muito disputada e os negócios foram de vento em popa, entrando muito dinheiro no cofre do hospedeiro, que se tornou um homem muito rico.

Com tanto dinheiro acumulado, o hospedeiro parou de trabalhar e deixou tudo por conta dos empregados. Assim, passou a levar uma vida folgada, com muitas festas e bebidas. Certo dia, quatro ou cinco anos depois, o dono da hospedaria estava sentado na varanda de seu estabelecimento e viu um menino andando no corredor.

– Quem é ele? – quis saber o hospedeiro.
E a criança saiu correndo para fora da hospedaria.
– Um menino que veio do quarto lá do fundo e foi embora – disse a mulher da limpeza.
Depois desse dia, a criança nunca mais apareceu para ninguém. Por isso, os hóspedes daquela casa foram diminuindo dia após dia e finalmente, alguns anos mais tarde, a hospedaria faliu.
Ninguém soube dizer porque a criança foi embora. Sabe-se apenas que, em outros lugares e situações, principalmente no norte do Japão, Zashiki Warashi tem aparecido, não só em hospedarias como em grandes hotéis e até em residências particulares. Há quem acredite que ele seja um deus que traz prosperidade e não faz mal a ninguém. O fato estranho e assustador é que, quando uma pessoa está sozinha na calada da noite, a porta do seu quarto se abre, e uma criança estranha lhe diz “boa noite”.

Se por acaso você está lendo essa lenda sozinho em seu quarto, preste atenção se não está ouvindo passos vindo na direção da porta.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A Bruxa Horripilante

Sem dúvida, o mais repelente de todos os fantasmas agourentos da Grã-Bretanha é a Gwrach-y-rhibyn, que existe exclusivamente no País de Gales.
O nome dela significa, literalmente, "bruxa da bruma" mas é mais comumente chamada de "bruxa da baba". Dizem que aparece como uma velha horrenda, toda desgrenhada, de nariz adunco, olhos penetrantes e dentes semelhantes a presas. De braços compridos e dedos com longas garras, temna corcunda duas asas negras escamadas, coriáceas como as de um morcego. Por mais diferente que seja da adorável bansidhe irlandesa, a bruxa da baba lamenta e chora como ela e cumpre funções semelhantes, prevendo a morte. Acredita-se que a medonha aparição sirva de emissária principalmente às antigas famílias galesas. Alguns habitantes de Gales até dizem ter visto a cara dessa górgona; outros conhecem a velha agourenta apenas por marcas de garras na janela ou por um bater fatal de asas, grandes demais para pertencerem a um pássaro.
Uma antiga família que teria sido assombrada pela Gwrach-y-rhibyn foi a dos Stradling, dos sul de Gales. Por setecentos anos, até meados do século XVIII, os Stradling ocuparam o castelo de São Donato, no litoral de Glamorgan. A família acabou por perder a propriedade, mas parece que a bruxa da baba continuou associando São Donato aos Stradling.
Uma noite, um hóspede do castelo acordou com o som de uma mulher se lamuriando e gemendo abaixo de sua janela. Olhou lá fora, mas as escuridão envolvia tudo. Em seguida, ouviu algo roçando no ouvido, depois o bater de asas imensas. Os misteriosos sons assustaram tanto o visitante que esse voltou para a cama, não sem antes acender uma lamparina, que lhe fez companhia até o amanhecer. Na manhã seguinte, indagou da anfitriã se ela não fora perturbada à noite, por estranhos gemidos e arranhões. Ela lhe respondeu que sim, e que os ruídos vinham da Gwrach-y-rhibyn. Como para confirmar-lhe as palavras, logo depois chegou ao castelo a notícia de que o último descendente direto da família Strablin estava morto.

Suicide mouse

Mikey te leva para o inferno
este é um creepy pasta até conhecido e um dos que da mais medo e terror:
chama-se SUICIDE MOUSE
existe várias lendas sobre este video que intriga todos que assistem uma delas é:
que Walt Diney fundador da disney erá satanico e sua mãe morreu e ele achou que a culpa era dele e criou este video


link do video
o video é só o mikey andando 80% do medo vai ser efeitos sonoros
http://www.youtube.com/watch?v=dkxbLxD4n24&feature=player_embedded
no final do video é reptido 7 vezes

"o verdadeiro sofrimento não é conhecido"
No final tem um trecho de um texto em russo, onde se lê:
“As visões do inferno conduzem os telespectadores para ele”.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Snow on Mt. Silver

Então, meu irmão e eu meio que crescemos com Pokemon. Muitos garotos fizeram isso por aqui. Isso funcionou perfeitamente para nós, já que, cada vez que uma nova geração saia, um de nós recebia uma versão e um de nós recebia a outra. Visto que nossa mãe gostava de nos estragar um pouco, tínhamos um terceiro jogo. A princípio, isso vai soar como uma história agridoce sobre dois irmãos que crescem com um par de jogos que, eventualmente, irá levá-los para duas estradas diferentes... Bem, é um pouco mais do que isso.

Os anos se passaram e continuamos colecionando. Gameboys ficaram velhos; foram substituídos. Os cartuchos foram jogados fora, pegamos novas cópias. Mas começamos a seguir caminhos completamente diferentes antes de R/S/E sair. Veja bem, meu irmão passou a usar Gameshark. Tínhamos ouvido todos os hacks e cheats que você poderia imaginar, e como fazê-los, mesmo que começássemos o jogo um pouco mais tarde, isso soava legal.

Nosso primeiro cartucho era do meu irmão, uma versão Blue antiga. Nós apenas jogamos com ele um pouco, nada grave. Mas acabamos ferrando com o cartucho. Depois de adicionarmos dois códigos, ele estragou completamente e tornou-se impossível de jogar. Ficamos chateados no começo; meu irmão lamentava pela perda de suas horas de trabalho, e eu compreendia. Eu lhe disse: "Está tudo bem, podemos substituí-lo, eu acho. Gamesharks estúpidos são um desperdício de dinheiro."

Mas, a partir daqui, finalmente nossos caminhos se separaram. Depois da confusão que houve com a versão Blue, eu fiquei contra a ideia de usar hack ou cheat em meus jogos. (O que eu posso dizer? Eu sou uma pintinha, tenho sentimentos com os pequenos bichos de pixel.) Pelo menos com Gameshark. Mas meu irmão havia levado a destruição do seu jogo como um desafio pessoal ou algo assim, não acho que ele já tenha jogado algo sem hackear de alguma forma. Sim, nós jogamos uma *** de Pokemons, cara. Mas para nós não há muito o que fazer; vivemos em um lugar sem muitas crianças, e os agricultores não as querem em suas propriedades. Desta forma, nós jogamos Pokemon no gramado quase todo o dia, todos os dias. É divertido para nós, pelo menos.

Perdemos o Gameshark quando nós mudamos de quarto. Um novo anexo foi construído em nossa casa e ele desapareceu na bagunça da *** que entulhava dentro do novo closet.

R/S/E chegou, e depois de brincarmos algumas vezes, estávamos de acordo que tinha algo faltando nele, em comparação com a última geração. Nós estávamos tentando jogar de forma honesta, e apesar de termos terminado, nos deixou com uma boa e velha nostalgia. Onde estavam os nossos velhos cartuchos G/S/C? Demorou um mês para vasculharmos as caixas, mas finalmente encontramos uma porrada de jogos e aparelhos eletrônicos antigos: meu antigo Game Boy Color roxo ainda funcionada, o vermelho dele não estava com as baterias no lugar. Nossos GBAs estavam bem, as extensões e os cabos de ligação - aqueles com um pequeno conector no meio - estavam embrulhados cuidadosamente para evitar desgastes e serem condenado ao lixo, como nosso antigo cabo.

Nós pegamos tudo o que pudíamos. Foi tão bom ter Yellow (que tinha sido o meu primeiro jogo e o mais caro), Red e Gold de volta.

Logo fomos verificar nossos arquivos antigos, tendo nossas velhas memórias, e percebemos que as coisas das primeiras gerações eram muito nostálgicas para nos livrarmos. Eu recomecei Gold, ele recomeçou Silver. Imediatamente, ele pegou o Gameshark na caixa e colocou-o na parte de trás do GBA. Eu apenas balancei a cabeça para ele. E lembro de ter dito:

- Essa coisa vai matar seu jogo, você sabe.

Ele nunca gostava quando eu pregava sobre o "abuso de pixels". Fechei minha boca depois disso, mas o deixei de lado. Eu achava que apenas uma vez era demais; eu deveria manter meus pensamentos para mim mesma, realmente...

Era dois dias depois do ocorrido. Eu estava na varanda, Game Boy na mão, prestes a ir para o E4, quando percebi que precisava de uma ajudinha. Minha equipe foi mal balanceada graças a minha jogabilidade voltada para lazer, e na época não tinha nenhum grande treinador que eu poderia recorrer a artifícios. Eu sabia que meu irmão tinha dois emblemas na minha frente quando tínhamos verificados um com o outro, então eu esperava que talvez ele me desse um ou dois empurrões.

Agora, a coisa foi que passei as últimas 24 horas na casa de uma amiga. Eu tinha, literalmente, chegado em casa, jogado minha mochila no quarto, e ido para fora com meu GBA para jogar. Eu não tinha ideia do que ele tinha feito. Eu soube que ele tinha feito um jogo novo e... O que imaginei. Era tudo melhor para mim, uma vez que ele não precisaria dos Pokemons e eu tinha uma chance maior. Então me levantei e fui para casa, e quando eu estava atravessando a sala, notei que todos os jogos estavam no chão. Alguns cartuchos estavam destroçados, como se tivessem sido cortados por alguma coisa afiada. Até a antiga versão Blue, há muito tempo morta e sentimental demais para se jogar fora, estava quase dividida no meio, completamente inutilizável - mais ainda se estivesse funcionando.

Fiquei um pouco assustada. Isso deveria ter acontecido esta manhã, caso contrário, nossa mãe teria visto e reclamaria sobre o tapete. Coloquei meu GBA no bolso e fui até o quarto do meu irmão, encontrando a porta destrancada. De alguma forma, isso foi ainda mais preocupante.

Eu encontrei meu irmão sentado na beira da cama. As peças do seu GBA estavam aos seus pés, esmagadas. Ao lado da cama, estava um martelo e a tesoura de jardinagem da nossa mãe. Seu rosto estava mais pálido que eu já havia visto, mais pálido do que da vez que tínhamos ido até a rua, e um cego louco tinha perseguido ele com uma espingarda. Neste momento, notei o gameshark no chão e um cartucho prateado brilhando sobre sua cama. De alguma forma, eles tinham sido poupados da ira do martelo.

- Você está bem? - perguntei. Lembro-me do calafrio que me percorreu. Ele era meu irmão mais novo, vê-lo assim foi horrível.

- Foi horrível, - eu me lembro de sua voz rouca, e a forma como ela soou me fez estremecer. - Oh Deus. Branco por toda parte, depois preto...

Lembro-me de tê-lo abraçado. E eu me lembro, seu braço caiu e foi de encontro ao Game Boy do meu bolso. Ele gritou de repente, bem no meu ouvido, me fazendo pular e morder minha língua por acidente. Ele o arrancou do meu bolso e o atirou na parede. Gritei e fui correndo buscá-lo, esperando não encontrá-lo amassado. A tela estava escura, e embora temesse o pior, quando liguei o interruptor, ele estava normal. Eu esperei lá no canto, tentando fingir que o GBA não importava o suficiente.

O volume estava ligado.

O tema de abertura começou, e ele gritou novamente, pegando o martelo. Dessa vez, eu também gritei, e sai correndo do quarto com o GBA agarrado ao meu corpo, como um escudo.

Ele acabou na ala psique do hospital durante dois dias. Quando fomos visitá-lo, deixei meu GBA em casa. Ninguém conseguia descobrir o que havia deixado seu comportamento estranho. Houve uma conversa que eu não entendia na época, sobre algum tipo de transtorno que ele pode ou não ter tido, mas apesar da minha mãe e eu termos coletado e trazido todos os cartuchos para serem olhados (a ideia foi dela, não minha), ninguém tinha pensado em ligá-lo ao jogo... Talvez essa foi minha culpa. Eu não havia dito uma palavra sobre o que tinha acontecido quando ele, acidentalmente, tocou no meu Game Boy. Ou o terror cego e branco que ele tinha sido atirado quando a música começou.

Em minha última visita ao hospital, antes das aulas, eu fui deixada sozinha no quarto com ele, quanto a minha mãe teve uma conversa privada com o médico sobre as precauções a serem tomadas, caso ocorra novamente. Eu sentei em uma cadeira ao lado da cama, ele estava olhando para o teto. De repente, ele sentou-se, fazendo-me estremecer.

- Hey, - ele me disse - Angie. Vá no meu quarto quando você chegar em casa.

Eu não entendi o que ele quis me dizer, e então lembrei das coisas que não tinhas nas malas... O jogo e os instrumentos de hack debaixo da cama.

- Livre-se deles. Eu não quero tocar neles novamente.

Sua voz estava cansada e desesperada... Ele parecia um velho em seu leito de morte. Meu pobre irmão estava com problemas... Como eu poderia recusar?

- Promete que vai se livrar deles.

- Tudo bem. Eu prometo.

Pela tarde, eu estava saindo da escola. Eu mantive a promessa dele na minha cabeça o dia todo. Eu não sabia disso na época, mas esta seria a última vez que eu poderia desempenhar o papel de irmã mais velha e ajudá-lo. Eu só tinha que chegar em casa e me livrar desse jogo... Mas, do jeito que o dia foi, uma curiosidade doentia começou a passar pela minha cabeça. O que poderia ter acontecido nesse jogo para assustá-lo tanto? Eu estava assustada, eu mesma, mas eu tinha que saber. Eu tinha que fazer.

Cheguei em casa e fui direto para seu quarto, decidindo descobrir que tipo de horror estava esperando por mim. Mamãe tinha limpado o quarto, o cartucho e o gameshartk não estavam mais visíveis. Eu me abaixei e rastejei debaixo da cama, sentindo-me tímida, mas segurando a promessa que fiz. Debaixo da cama havia poeira suficiente para me fazer tossir, legos antigos e vários outros brinquedos que eu não poderia definir apenas esbarrando com meus cotovelos. Mas finalmente vi dois objetos. Eles tinham sido empurrados para o canto, em cima de um caderno que parecia novo demais para estar aqui há muito tempo. Sem pensar, agarrei o canto do papel e arrastei tudo comigo, ainda ofegante da poeira. (Alergia.)

Eles pareciam tão inocentes, brinquedos simples. Quando desvio a atenção para a versão Silver e o gameshark no chão, passei a olhar o caderno de anotações. Nele, foram rabiscados pelo menos vinte códigos diferentes, mas um tinha sido riscado com hidrocor sobre o local onde, inicialmente, tinha sido escrito com caneta. Isto foi confuso. Ele tinha tentado apagá-lo com o marcador, mas ele pressionou com tanta força que a tinta havia molhado a parte de trás. A caneta tem um jeito de furar ao redor, então eu peguei o caderno e inclinei a parte de trás na luz. O reflexo do hidrocor revelou alguns rabiscos que ele tinha escrito. O código era uma bagunça incompreensível de letras e números, e as palavras ao me deixaram ainda mais confusa.

"Easter Egg - Snow on Mt. Silver"

Lembrei-me do que ele tinha dito quando o encontrei... Ele ficou entusiasmado com branco, branco e em seguida, preto... Significaria neve? Mesmo que fosse Agosto e a temperatura continuasse subindo a "90 todos os dias (/nota de tradução: esse número está na escala fahrenheit, seria em torno de 32.2º celsius), um arrepio percorreu minha espinha. Será que me atrevo...?

Peguei tudo, levei para o meu quarto e deitei-me no tapete, ao lado dos meu próprio GBA. Por um longo tempo, eu apenas olhava para ele. Quanto mais eu olhava, mais o rosto do Lugia tornava-se maníaco... Como uma espécie de sorriso torcido, como se estivesse me desafiando a descobrir o que havia acontecido com meu irmão. Eu era uma garota de 14 anos. Será que eu realmente deveria arriscar a sorte e acabar como ele? Eu olhei para o Lugia por mais algum tempo.

Eu tinha que ver.

Retirei o Gold do meu GBA e encaixei o Silver no lugar. Levei quase 15 minutos para recompor e ligá-lo.

Começou a funcionar normalmente. Deixei o som baixo, com medo do que poderia ouvir, e muito curiosa para seguir caminho. A tela do título estava normal, também. Lugia novamente, mas, de alguma forma, estava ameaçador - apesar do meu bom senso me dizer que era exatamente a mesma imagem. Como isso poderia ser ruim? Perguntei a mim mesma. Suas notas diziam Easter Egg. Quer dizer que estava programado no jogo?

O menu veio... Absolutamente normal. Seu personagem era Blake, como dizia o pokedex... Mas o tempo era estranho. 999:99. Eu sabia que ele não poderia ter feito tanto tempo, eu mal tinha registrado 50 horas no meu próprio jogo e estava em E4. E eu estava jogando lentamente. Provavelmente são os hacks ferrando o arquivo, eu pensei. Bom, que seja então... O jogo iniciou, e a primeira coisa que notei foi a tela preta prolongada. Demorou quase um minuto e não mudou nada, e não havia nenhum som. Os cabelos na parte de trás do meu pescoço já estavam de pé, mas já era tarde demais para voltar atrás.

Finalmente, um tipo de mapa veio na tela... Mas parecia estático. O que estava acontecendo? Olhei para baixo e percebi, com uma pontada terrível, que era realmente o mapa Mt. Silver... Mas o que eu achava ser estática era uma pesada tempestade de neve. Esse era o lugar que ele havia salvado seu jogo da última vez. Eu verifiquei sua party... Um time muito normal para alguém que estava usando gameshark: Typhlosion, Feraligatr, Meganium, Pidgeot, Tyranitar, Lugia, todos com nível 100... típico para ele. Algo sobre os sprites parecia... estranho. Eles pareciam irritados, de alguma forma. Suas cores pareciam desbotadas e suas expressões faltavam o vigor de costume. Pareciam faltar pixels ou coisas assim, talvez por causa dos hacks.

O mapa parecia brilhar quando eu fechei o menu. Na verdade, a neve, de alguma forma, parecia cair fortemente; pixels dançavam pela tela tão rápido que foi difícil ver onde o sprite do meu irmão estava. Alguma coisa estava fora dele, também. Quando chequei as informações dele, seu sprite estava como os dos Pokemons; as cores eram sem vida. Na verdade, agora que eu pensava sobre isso, ele quase parecia congelado.

Meu estômago apertou; eu me virei e tentei voltar para baixo da montanha. Quando fui a determinado local, algumas palavras apareceram, e lá estava, finalmente, um som - meu sprite começou a bater numa parede invisível.

"Eu não posso mais voltar atrás."

Isso era... Perturbador. Fui para meu Pokemon e tentei usar a habilidade "Fly" do Pidgeot.

"Eu não posso voar aqui!" obviamente, se referia a neve.

*** isso. Entrei em sua bag. Havia uma corda de escape, e tentei usá-la.

"Eu não posso mais voltar atrás."

O que estava acontecendo? Mais uma vez, tentei caminhar de volta para baixo da montanha, e para meu espanto, as palavras alternavam a cada tentativa.

"Eu não posso fugir."

"Eu não posso voltar para baixo."

"Eu nunca poderei voltar."

Esta última me congelou o coração. Não havia nenhuma maneira de retornar para baixo da montanha. Eu tinha que subir. Virando o sprite um pouco, eu o mudei para frente.

Não havia nada, embora minha velocidade de caminhada estivesse estranhamente lenta. Realmente estranho foi a falta grama, de treinadores, não havia nada além da neve branca, tornando impossível ver qualquer coisa na tela. Como me movi para uma parte mais alta, sua velocidade de caminhada tornou-se ainda mais lenta. A cortina de pixels de estática tornou-se ainda mais espessa, e eu mal podia usar os recursos do mapa. Mas parece que a única forma de mudança é ir em frente mesmo. Eu alcancei um tipo de escadas na extremidade superior da tela. Não lembro disso estar lá antes. Como eu tentei me mover para cima, o sprite pausou.

"Estou com frio".

Eu havia ficado ainda mais arrepiada. Sua velocidade de caminhada se tornou dolorosamente lenta, como se alguma coisa estivesse impedindo. Ao subir a escada... Mais um texto na tela.

"Meganium morreu."

Que **** é essa, pensei. Pokemon não morrem nestes jogos. Ao verificar minha party, e fiquei assustada e confusa com o que vi.

O sprite de Meganium tinha sido substituído por um X vermelho. Os outros Pokemons ostentavam diferentes graus de dano, embora eu não tivesse lutado. Eu fui na minha bag e encontrei um único Reviver, e tentei usá-lo.

"É tarde demais", disse. Que tipo de Easter Egg é esse?

Não havia mais o que fazer... Ao tentar dar a volta, as mensagens de antes voltaram. Então eu continuei andando para frente.

"Pidgeot morreu."

Eu verifiquei novamente... Com certeza, lá estava o pequeno X vermelho. Dessa vez eu selecionei ele, olhando para o Pokemon em si, tentando descobrir o que estava errado... Eu não deveria ter feito isso. O sprite foi mutilado; pedaços dele estavam ausentes. O que restou foi uma mancha azul-acinzentada, e seus olhos estavam num preto sólido. Ao verificar Meganium, estava do mesmo jeito; faltando uma perna, um pedaço do seu pescoço, a maioria de sua cabeça e os olhos pretos, mortos.

A curiosidade mórbida me pedia para seguir em frente. Durante o tempo que caminhei, a estrada permanecia reta. Ao longo do caminho, de vez em quando, um outro Pokemon da parte "morria" e, ao analisar seu sprite, ele se mostrava na mesma condição que os outros. O que me restava era o Typhlosion. Em frente havia outra escada. Ao subí-la, me preparava para o horror que me esperava.

Eu bati o cume.

Ele estava deserto - Red estava longe de ser encontrado.

A neve parou de cair.

O centro do mapa era de algo fora da neve. Parecia uma pokebola. Ok, talvez esse horror todo fosse parte do clímax; a batalha final estava ali. Se eu a pegasse, talvez Red iria sair do esconderijo. Eu andei mais um pouco, examinando, e houve uma explosão de ruídos estáticos que me fez pular.

O que apareceu na tela foi uma animação de batalha. O sprite do meu treinador, a pele tingida de azul... Contra outro Pokemon desconfigurado.

Era Celebi.

No centro do um buraco negro que parecia seu olho, um único ponto vermelho queimava como uma brasa. Parecia algo podre. Eu nem tinha movido meu Typhlosion para fora.

"Celebi usou Perish Song".

Um grito saiu do meu GBA, e eu quase o deixei cair enquanto a tela ficava branca. Uma parte de mim ficou aliviada, pensando que, se meu Pokemon final foi KO, eu seria transportada para um Centro Pokemon... Mas eu estava errada. Meu sprite reapareceu num tipo de caverna; estava agora dentro da montanha? Eu verifiquei meu cartão de treinador e me senti mal. O sprite havia sido atacado, como um Pokemon, e agora estava sem uma perna. Um único olho restante, escuro como a noite e um olhar tão triste, com lágrimas no canto... E todas as cores dele haviam sido substituídas por aqueles tons de gelados de azul e cinza. Cada stat no cartão foi reduzido a 0, com exceção do tempo, que continuava 999:99.

Eu rapidamente voltei ao mapa. Seu sprite imitava o horror que estava em seu cartão de treinador; peças estavam em falta, tudo estava descolorido. Eu tentei andar, mas no começo recebi uma mensagem.

"É tão frio."

Havia apenas uma direção para ir: para cima. Eu segui em frente, e de vez em quando era interrompida por mensagens que faziam meu coração afundar mais e mais.

"Mãe..."

"É tão frio..."

"Eu não posso continuar..."

Quanto mais eu andava, mais tornava-se escuro, até que tudo estava completamente preto.

Havia uma saída lá, marcada apenas por um contorno branco. Eu não tinha escolha senão atravessá-la.

Era um tipo de quarto, também branco sólido... A única maneira de distinguir as paredes era por uma linha cinza e fina que marcava como separado do chão. Contra a parede oposta, havia um outro objeto. O sprite de Red. Intacto. Eu tinha chegado tão longe, eu precisava acabar com isso. Eu andei até ele e pressionei A.

"..."

Uma batalha começou.

O sprite de Red não tinha nenhuma das minhas deformidades. Suas cores também eram azuis e cinzas, mas ele estava intacto. Ele apenas olhou... Extremamente triste. Seu primeiro Pokemon saiu; Venusaur. Era exatamente como deveria ser, mas no nível 0, com pouca saúde. Mandei Typlosion, que tinha apenas 6 pontos de vida. Não houve nenhum tipo de som quando eles foram trazidos para a batalha.

"Venusaur usou Struggle!"

Não houve animação, apenas um único ponto de dano causado a Typhlosion e, em seguida, o sprite adversário caiu.

"Venusaur morreu!"

Não houve nenhum texto me pedindo para mudar. Em vez disso, era o que considerei um diálogo de Red.

"..."

Seu próximo Pokemon foi Blastoise, ainda mais desconfigurado que tinha sido Venusaur. Ele também lutou e morreu. Após cada rodada, havia um sinistro "..." do treinador. Cada sprite aparecia mais desconfigurado que o anterior; seu Espeon mal parecia um Pokemon. Eu percebi que ele os mandava fora de ordem, e que salvou um Pokemon para último...

Um Pikachu foi chamado, e ele era grotesco. Também era descolorido, como se estivesse congelado. Estava faltando uma orelha, metade do seu corpo e a cauda; a cabeça estava intacta na maior parte, mas seus olhos eram muito maiores que o normal, e olhava para mim como janelas para o inferno. Mas o que me deixava mais desconfortável era o sorriso gigante que se estendia até as bordas de sua cabeça. Minhas mãos tremiam. Eu não tive a oportunidade de atacar.

"Pikachu usou Pain Split."

"Pikachu morreu! Typhlosion morreu! "

Algo cortou a imagem do sprite do Red, e agora ele parecia como o meu. Seu corpo estava tão massacrado que parecia um cadáver despojado. Tinha os mesmos olhos desalmados do Pikachu.

Eu finalmente entendi o que aconteceu. Eles foram mortos. Eles foram mortos, e este subnível da montanha era como o inferno.

Red finalmente falou.

"Acabou."

A tela piscava em preto e branco durante algum tempo.

"Usado Destiny Bond!"

Um horrível gritou ecoou do meu GBA. A tela ficou branca e gritando para mim, eu o joguei no chão e apertei minhas costas contra a cama. O barulho horrível continuou por bastante tempo, enquanto a tela ficava branca.

Então escureceu.

Então houve um silêncio.

Levei alguns minutos, mas finalmente me levantei. Peguei o gameshark e o caderno de anotações. Tomei essa droga de jogo possuído. Peguei todos tudo e fui levá-los até o lixo, como já havíamos estabelecido ao coletor levá-lo pela manhã. No final da longa e enrolada calçada... Joguei dentro. Quando voltei para casa, eu não sei o que me fez fazer isto, mas eu peguei a versão Yellow e inseri no meu Game Boy. Acho que parte mim queria se certificar que não tinha sido contaminada também.

A música começou. O jogo iniciado. Virei-me para meu Pikachu e pressionei A. Seu rosto feliz cumprimentou-me com um grande sorriso, pixelizado. Um sorriso agradável e normal. Retirei o jogo, e passei a próxima hora chorando no chão. Meu irmão e eu nunca jogamos Pokemon juntos novamente - ele desistiu de vez. Eu continuei a repetir meu conforto: jogos sem hack.

Naquele inverno, a neve caía espessa.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Escolhas

Eu não me lembro exatamente quando eu percebi que os Unowns estavam soletrando palavras. Mas eu me lembro muito bem do que me fez prestar atenção a eles.

Estava com a mentalidade de capturar o alfabeto inteiro. Passava muito tempo com os Unowns, e as palavras acidentais pareciam bastante normais. Comecei a prestar atenção quando seis em cada fileira começaram a anunciar S. I. L. V. E. R. Após eu ter capturado o R, meu rival apareceu. Bem ali, nas ruínas desconhecidas. Eu não havia nomeado meu rival como Silver, e ele nunca tinha estado lá antes... mas lá estava ele.

Uma batalha começou, e para minha surpresa, seu nome surgiu como Silver, ao invés do nome que eu tinha dado a ele. Fui rápido o suficiente para vencê-lo, e ao perder a batalha, ele disse "...." e desapareceu. Esse foi o começo. Eu procurei na internet por glitches, ou eventos especiais, ou extras escondidos no jogo que eu poderia ter experimentado. Não havia nenhum. É por isso que estou escrevendo isso. Se acontecer com você, não seja tão ingênuo quanto eu. Depois disso, os Unowns apareceram de forma aleatória, o que foi bem frustrante. Até que me lembrei que, momentos antes, eu havia ligado o rádio. Assim, com a reprodução de sinais secretos, a minha busca pelo alfabeto continuou e os Unowns voltaram a me contar coisas.

R. A. I. K. O. U

Assim que o U. foi derrotado, fui procurar o Raikou nas ruínas, mas ele não estava lá. Eventualmente, eu deixei as ruínas um pouco desanimado... Quando o sprite dele estar fora das ruínas. Eu iniciei a batalha com o Raikou nas ruínas, ele era fácil de capturar. Mais fácil do que deveria ter sido, eu pensei. Em minha mente, isso era muito divertido. Eu tinha descoberto um novo evento especial que ninguém sabia! Mas os Unowns estavam apenas começando a chamar minha atenção sobre o Raikou. Eles tinham coisas importantes a dizer.

T. R. A. P. E. D

Preso? Foi mal escrito, mas talvez tenha sido para encaixar nas caixa de 6 letras. Preso onde? A tela estremeceu, e um barulho muito alto ecoou. Uma caixa de diálogo apareceu, dizendo: "Um terremoto bloqueou a entrada!". O que? Há realmente uma boa parte da história neste jogo que NINGUÉM sabe? Porque isso não apareceu no livro guia? Com certeza, a escada foi inútil. O próximo Unown que encontrei era shiny;

F

Apesar de já ter essa letra, quem pode resistir a um Pokemon shiny? As cinco seguintes também foram brilhantes. R. E. E. Z. E.

Eu cometi um erro ao pegar todos eles, a ganância para pegar Pokemons shiny me fez assumir a mensagem. Freeze? Depois disso, a música começou a soar estranha, então fui para o pokegear checar o rádio. O sinal dos Unowns não estava mais ativo. Eu verifiquei as outras estações e, para meu espanto, todos estavam em estática. Isso foi demais. Eu parei de jogar e voltei a internet para procurar uma explicação sobre essa descoberta, mas não encontrei nada. Os alto-falantes do meu computador não estavam funcionando direito por algum motivo, mas resolvi deixar para consertar mais tarde. Não havia ninguém no messenger para falar sobre o meu jogo estranho. Nenhum e-mail novo, nada foi atualizado, então eu voltei a jogar Pokemon.

O rádio estava funcionando, apenas uma transmissão.

"OAK: Houve avisos sobre isso, mensagens desde os tempos antigos. Nós não prestamos atenção a isto. Ele nos avisou. Nós não ouvimos....."

Os Unowns, ele deve estar se referindo aos Unowns. Qual seria sua próxima mensagem? Será que eles me dirão como sair?

E. S. C. A. P. E.

Escapar? Eu estava tentando, mas era inútil! Não, espere. Corda de escape? Era tão óbvio que me senti um idiota por não pensar nisso antes, e usei uma corda de escape. É claro, ela me levou para fora das Ruínas. A cena não foi muito diferente, porém, o lugar estava coberto. A grama alta estava por toda parte, e os próprios edifícios pareciam destruídos.

Fui para a casa dos investigadores, pelas ruínas, ela ainda estava de pé e eu não fazia ideia do que fazer. Dentro estava em silêncio. Os sprites dos pesquisadores estavam onde sempre estiveram, mas era impossível de interagir com eles. Um deles, sentado à mesa, tinha a opção "Push"? Aparentemente, quando eu tentei falar com ele, apareceu "Sim" e "Não". Eu escolhi "Sim". O sprite mudou um quadrado para cima, mas ficou exatamente como era.

Sai da casa, salvei e desliguei o jogo para uma pausa. Ele estava começando a ficar estranho. No dia seguinte, as coisas tomaram um rumo pior. Ninguém falava comigo, ninguém me respondia... Na verdade, eles não estavam nem se movimentando. Na rua, no café local, as pessoas permaneciam quietas, como se o tempo estivesse parado, eles não estavam se movendo, ou mesmo respirando. Havia uma mulher que estava no ponto de ônibus, e eu decidi empurrá-la, só para ver o que aconteceria. Ela caiu, como um manequim, bateu dura no chão... e sangue derramava de sua cabeça.

Em pânico, corri para casa e voltei a jogar Pokemon. Eu tinha acabado de sair da casa dos investigadores. O Professor Oak estava lá fora, um ponto de exclamação apareceu sobre sua cabeça e ele veio até mim. "Um sobrevivente! Qual é o seu nome?". Duas opções surgiram; eu poderia escolher o meu nome de jogador, ou "novo nome". Eu escolhi meu nome de jogador, e o Oak saltou para trás. "Você... eles falam com você." E o sprite dele fugiu.

Sem ter ideia do que estava acontecendo, eu vagava sem rumo. A maioria dos edifícios estavam arruinados, obviamente. Nenhuma das pessoas me respondiam, embora um ou dois tinham a opção "Push", se estivessem na minha frente. Não havia nenhum Pokemon selvagem. Também não havia animais para serem ouvidos no mundo lá fora. Frustrado, voltei para as Ruínas dos Unowns, tentando conseguir outra pista. Depois de tentar andar a cada entrada, o que normalmente vai para o Puzzle Room, imediatamente coloquei no rádio, na esperança que os Unowns me dissessem alguma coisa.

Parece loucura, não é? Acreditar que os Unowns estavam falando comigo? Mas eles estavam.

C. H. O. O. S. E Escolha. Ok! Escolher o que? Qual foi a minha escolha? Dois buracos foram abertos no chão do Puzzle Room, e ouvi as portas dianteiras e traseiras da minha casa se abrirem.

Caminhando ao redor da casa, com o jogo na mão, olhei as duas portas; tudo parecia normal fora delas. No jogo, nos dois buracos no chão, tudo também parecia normal.

L. I. F. E. O. R.

Lifeor? Isso não é uma palavra.

D. E. A. T. H. ?.

Um ponto de interrogação! Esqueci por um momento, eu estava animado ao ver o Unown raro que capturei... Vida... ou... Morte?

Não, isso não fazia sentido. A próxima pista com certeza iria me ajudar.

C. H. O. O. S. E

C. H. O. O. S. E

Isso é tudo que eles diziam. Então eu tive que escolher. Ambos os buracos pareciam o mesmo, então aproveitei as minhas chances e pulei em um. Toda a tela ficou preta, e em seguida, mudou para o vermelho, depois para branco. Uma caixa de diálogo apareceu dizendo:

"Você escolheu LIFE."

Meu coração estava martelando, e eu desmaiei.

Quando acordei, meu companheiro de quarto estava em pé ao meu lado, perguntando se eu estava bem. Havia uma música, e os carros lá fora. Eu sobrevivi! Eu era um sortudo. Meu colega de quarto disse-me que algo tinha acontecido lá fora, que uma mulher tinha sido atropelada por um ônibus ou algo assim.

Poucos dias depois, eu me atrevi a jogar Pokemon novamente, movido pela curiosidade em saber o que aconteceu. Mas a única opção que surgiu após a tela de abertura era "New Game". Eu escolhi não começar de novo, e o deixei sozinho. Desde então, eu doei o cartucho, juntamente com vários outros brinquedos velhos, para um brechó local. Quem tocar nesse jogo mais tarde, melhor ter certeza de escolher LIFE. Eu suspeito que a razão pela qual não havia nenhuma informação sobre isso, é porque ninguém antes de mim teve a sorte de escolher corretamente.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Squidward's Suicide

Quero começar dizendo que, se você espera uma resposta no fim, ficará desapontado. Não há.

Eu trabalhava de estagiário nos Estúdios Nickelodeon há mais ou menos 1 ano, para minha formação em Animação. Não era paga, é claro, mas a maioria dos internos também não eram: isso serviu de impulsão para minha carreira. Para os adultos, pode não significar muita coisa, mas a maioria das crianças se matariam por um emprego assim, mesmo que não remunerado. Desde que eu comecei a trabalhar diretamente com os editores e animadores, eu recebia um "prévia" dos novos episódios, alguns dias antes de eles irem ao ar.

A nova temporada estava demorando demais por razões que ninguém conseguia explicar. Havia um problema com o lançamento da quarta temporada, o que deixou a maioria da equipe longe por vários meses.

Dois outros estagiários e eu fomos levados à sala de edição junto com os animadores e editores de som para algumas edições finais. Recebemos a cópia do que supostamente seria "Fear of a Krabby Patty (Medo de um Hambúrguer de Siri)", e fomos conduzidos à tela para assistir. Por vezes, os animadores colocavam uma fita de título subersivo (era uma piada interna), por exemplo, "How Sex Doesn’t Work" em vez de "Rock-a-by-Bialve", o episódio em que o Bob e o Patrick adotam um filhote de ostra. Não havia nada particularmente divertido, exceto por algumas piadas relacionadas ao trabalho. Até que vimos uma fita com o nome "Squidward's Suicide", não fizemos nada além de uma risada doentia. Um dos internos até deu uma gargalhada. A música alegre de abertura tocava normalmente.

A história começa com Lulamolusco praticando com sua clarineta, tocando algumas notas ruins e azedas, como é de costume. Ouvimos o Bobsponja rir de longe, e o Lula parou. Ele gritou com Bob e disse que teria um concerto aquela noite: precisava praticar. Bob obedece e vai até a casa da Sandy com o Patrick. As bolhas de uma cena para outra aparecem e vemos o fim do concerto do Lulamolusco. Aí que as coisas começam a ficar bizarras. Enquanto tocava, alguns frames começavam a se repetir sozinhos, mas o som não saía (nesse ponto, o som era para começar junto com a animação, então sim, não era algo normal). Quando ele parou, o som continuou normalmente como se aquela repetição nunca houvesse ocorrido. Houve um pequeno murmúrio na platéia, antes de todos começarem a vaiá-lo. Mas não era um "buu" comum de desenhos infantis, poderia facilmente ouvir-se malícia nisso. O Lula estava na tela toda e seu estado estava visivelmente assustado. Há um "close" na platéia, onde observamos Bobsponja em seu centro. Ele também estava vaiando, o que não é muito comum. Isso não é, de longe, a coisa mais estranha. O mais esquisito, é que todos tinham olhos hiper realistas. Era muito, muito detalhados. Não eram recortes de olhos de pessoas normais, mas algo bem mais realista que Animação em CGI. As pupilas estavam marcadas. Alguns de nós nos entreolhamos, obviamente confusos, mas como não éramos os escritores, não questionamos nada... ainda.

A cena vai para Lulamolusco sentado na ponta da cama, parecendo muito desapontado e desesperançoso. A imagem na sua janela mostrava que era noite, então não fazia muito tempo que o concerto havia terminado. Nesse momento não tinha som. LITERALMENTE, não tinha som. Não ouvíamos nada, além de poucos sussurros na sala. Era como se os falantes estivessem desligados, embora o mostrador mostrasse que eles funcionavam perfeitamente. Ele estava simplesmente sentado lá, piscando, em silêncio a quase 30 segundos, até que começou a soluçar baixinho. Ele pôs seus tentáculos sob os olhos e chorou por volta de 1 minuto, o som de fundo lentamente crescia, era algo que mal se podia ouvir, como uma brisa na floresta (só que bem mais "creepy" que isso).

A tela lentamente deu um zoom em seu rosto. Mas LENTAMENTE eu quero dizer, você apenas notava o zoom 10 segundos depois de ele ter começado. Seu soluço ficou maior e cheio de dor, agonia e raiva. A tela começou a se contrair por alguns segundos e depois voltava ao normal, como se estivesse viva. O som "além-das-árvores" ficava vagarosamente mais intenso e severo, como se uma tempestade estivesse vindo de lugar nenhum. O mais assustador de tudo era o soluço do Lula, parecia real demais, como se não viesse dos alto-falantes, mas de algum ponto de dentro, ou mesmo de fora da sala. A qualidade do som era tão surpreendente, que não precisaria de bons equipamentos para ouvirmos tão bem.

Abaixo do som do vento e do soluço fantasmagórico, algo soava como se estivesse rindo. Isso vinha em esquisitos intervalos e nunca duravam mais de um segundo, você tinha que se concentrar bastante para ouví-lo. Depois de 30 segundos disso, a tela embaçou e começou a contrair violentamente ao passo que flashes saíam da tela - era como se uns poucos frames estivessem corrompidos. O líder editor parou e rebobinou frame a frame, o que vimos foi HORRÍVEL. Era a foto de uma criança morta que não deveria ter mais de 6 anos. Seu rosto estava em carne-viva havia sangue por todo lado, seu olho esquerdo estava fora das órbitas, pendendo sobre o rosto ao avesso. Ele estava nú a não ser por uma roupa de baixo, seu abdomem aberto, com os órgãos à mostra. O lugar era alguma rota pavimentada (provavelmente sofreu um atropelamento). O mais entristecedor era a sombra do fotógrafo, claramente vista por todos. Não havia marcas de pneus, nem nenhuma outra evidência, era quase como se o fotógrafo fosse o responsável pela morte da criança;

Estávamos, claro, abismados, mas continuamos assistindo, rezando para que fosse mais uma piada doentia. A tela voltou ao Lula, ainda soluçando. Um soluço mais poderoso que o anterior, mostrando apenas metade do seu corpo, as mãos no rosto e sangue saindo de seus olhos. O sangue era outra coisa hiper-realista, parecia que você poderia tocá-lo com os dedos. O que soava agora, era como uma tempestade na floresta. Havia até o som de alguns galhos quebrando. A risada, profundamente subversiva, vinha e ia com mais frequência. Depois de quase 20 segundos, a tela novamente embaçou e se mexeu violentamente. O editor estava hesitante em voltar a fita, assim como nós, mas todos sabíamos que ele tinha que fazê-lo. A foto desta vez era de uma garotinha um pouco mais velha que o menino anterior. Ela estava deitada, com uma poça de sangue próxima a ela. Seu olho esquerdo também havia sacado e ela estava nua, a não ser novamente pela roupa de baixo. O corpo estava na estrada e a sombra do fotógrafo era visível, muito similar ao primeiro. Todos estavam quase catatônicos, um vomitou e a única mulher na sala correu.

O show foi retomado. 5 segundos depois que a segundo foto foi mostrada, todo o som parou, da mesma forma que aconteceu quando a cena começou. Ele tirou os tentáculos dos olhos, os quais eram hiper realistas como os dos outros no início do episódio. Eles estavam sangrando e pulsando. Lula encarava a tela como se estivesse observando o telespectador. Depois de 10 segundos, ele começou a soluçar e cobrir os olhos novamente. O som voltou, agora mais assustador do que nunca: seu soluço estava misturado com gritos insanos. Lágrimas e sangue estavam caindo de seus olhos muito mais que antes. O vento voltou e então, o som de uma risada profunda. A próxima sequência de contrações começaram, e editor estava pronto para pará-la antes de terminar, ele rebobinou. Desta vez, a foto era de um garoto, na mesma faixa etária que os anteriores, mas a cena era diferente: suas entranhas estavam sendo puxadas por uma mão enorme e seu olho direito pendendo sobre o rosto coberto em sangue. O animador prosseguiu. É difícil de acreditar, mas as próximas cenas eram mais chocantes e intensas que as anteriores, eu nem posso descrevê-las. Fomos seguindo e seguindo, assistindo quase sempre a mesma coisa. Chegou a um ponto em que eu perdi o controle e vomitei. Os outros estavam tossindo e com lágrimas nos olhos. Então chegamos um ponto crucial: alguns frames eram diferentes dos outros, exatamente 5. Cada frame era uma sequencia da foto anterior. Vimos lentamente a mão chegar perto dos olhos e então arrancá-los. O editor ordenou que aquilo parasse e mandou que chamássemos o criador, pessoalmente, para ver aquilo. o Senhor Hillenburg chegou depois de 15 minutos. Ele estava muito confuso do porquê o chamaram ali, então o editor continuou o episódio.

Depois que os 5 frames foram mostrados, todos os gritos e todo o som novamente parou. Lula estava encarando o espectador, seu rosto inteiro na tela, por quase 3 segundos. Rapidamente tudo ficou escuro e uma voz profundamente insana disse "DO IT". A próxima coisa que vimos foi uma arma (shotgun) nas mãos do Lulamolusco. Imediatamente colocou o cano na boca e puxou o gatilho. Sangue hiper realista e restos de massa encefálica chocaram-se com a parede, Lula foi jogado para trás com força. Os últimos 5 segundos mostraram o personagem desfigurado deitado na cama, com um dos olhos pendendo, olhando fixamente para a tela. O episódio acabou.

O Senhor Hillenburg estava, obviamente, zangado com isso. Ele ordenou que todos explicássemos o que diabos estava acontecendo. A maioria das pessoas já havia deixado a sala, nesse momento, então tivemos que apenas assistir tudo de novo. Só de pensar em assistir tudo novamente, me causou náuseas e pesadelos. Desculpem, eu saí.

A única teoria que podíamos pensar era que alguém invadiu o estúdio e editou o arquivo. A polícia foi chamada para analisar o que estava acontecendo. A análise mostrou que aquilo realmente foi editado, mas o contador-de-tempo da edição era de meros 24 segundos antes de começarmos a assistir. Todo o equipamento envolvido foi examinado pela perícia. Potentes programas procuraram por erros (glitches) - como o do contador de tempo que, certamente, estava errado - mas tudo que foi checado estava bem. Não sabíamos o que estava acontecendo, na verdade, nesse dia ninguém sabia. Houve uma investigação para saber a natureza das fotos, mas nada foi concluído. Nenhuma criança foi indentificada, nenhum acidente (ou homicídio) com as características. Nenhuma prova ou evidência. Nada. Eu não acreditaria em tal fenômeno se eu não estivesse lá.

Aqui uma imagem: é bem parecida com a Smile.jpg. Não clique!!
http://img19.imageshack.us/img19/3062/5vvwqv5z.jpg